domingo, 19 de dezembro de 2010

As Doze Rosas De Natal




 
As doze rosas de Natal


Bobby sentia frio... Não usava botas, não gostava, mesmo porque não as possuía. Tinha apenas um par de velhos tênis já com buracos, mas que o protegia de pegar um resfriado.
Estava no quintal da casa a pensar no que dar de presente de natal à sua mãe, mas não tinha idéia do que poderia dar.

Balançou a cabeça e pensou "É inútil persistir na idéia, mesmo porque não tenho dinheiro para gastar..."

Desde que seu pai falecera três anos atrás, a família de 4 irmãos já havia lutado muito. Não que a mãe não se esforçasse, mas nunca era o bastante. Trabalhara noites no hospital,mas o pequeno salário só cobria as necessidades básicas da família.

Mas o que faltava em dinheiro e conforto, sobrava e muito em união e amor que reinava naquela família.

Bobby era o terceiro dos irmãos, e sua irmã mais nova é que cuidava da casa e dos irmãos na ausência da mãe.

Todos os seus irmãos já haviam feito bonitos presentes para sua mãe. De uma forma ou de outra tinham feito os presentes... e já era véspera de Natal e Bobby ainda não sabia como presentear a sua mãezinha. Uma lágrima correu em seu rosto, chutou a neve e foi caminhando cabisbaixo pelas ruas até que chegou às lojas iluminadas pela decoração de Natal.

Não era fácil não ter um pai, especialmente num momento em que precisava tanto conversar com ele.

E Bobby ia passando de loja em loja, olhando através das janelas enfeitadas. Tudo tão bonito e tão fora de seu alcance. Estava começando a escurecer quando Bobby relutante se preparava para voltar para casa, quando de repente, seus olhos fixaram-se no vislumbre dos raios do pôr-do-sol que refletiram em algo ao longo do meio-fio. Abaixou e descobriu que era uma brilhante moeda de dez centavos. Ninguém no mundo seria capaz de se sentir mais rico que Bobby naquele momento.

Apanhou seu tesouro, um intenso calor tomou conta de seu corpo e entrou na primeira loja que viu. Sua excitação transformou-se rapidamente em um calafrio quando o vendedor lhe disse que nada compraria só com uma moeda de dez centavos.

Entrou em outra loja e viu uma flor. Esperou até ser atendido. Apresentou a moeda ao dono da loja e perguntou se daria para comprar uma flor para o presente de Natal de sua mãe.

O dono da loja olhou para Bobby e a moeda que mostrava, tocou em seu ombro e disse:
"Espere aqui um momento. Verei o que posso fazer por você."

Bobby contemplava a flor, e embora fosse um menino, podia entender porque as mães e as meninas gostavam de flores, eram tão bonitas!

O som da porta se fechando com a saída do último cliente trouxe Bobby à realidade. Sozinho na loja, ele se sentia amedrontado. De repente o dono da loja preparava um lindo buquê com doze rosas vermelhas. O coração de Bobby batia descompassado ao ver o dono da loja, colocando as rosas numa graciosa caixa branca.

"Isto lhe custará dez centavos, jovem homem!" disse o dono da loja entregando-lhe a caixa, estendendo a mão para o pagamento.

Lentamente, Bobby entregou-lhe a moeda de dez centavos. Isto estava acontecendo? Ninguém quisera lhe dar nada pela sua moeda de dez centavos!

Quando pode pegar a caixa em suas mãos ele viu que era verdade, agradeceu e o dono da loja o levou até a porta dizendo " Acontece que eu tinha essa dúzia de rosas para ser vendida por dez centavos! Feliz Natal, filho!"

Nesse momento a esposa do dono da loja que vinha entrando lhe perguntou:
"Com quem estava falando? Quais rosas você se referia?"

Fitando para fora pela janela e enxugando uma lágrima, ele respondeu:

"Uma coisa estranha me aconteceu hoje pela manhã. Enquanto eu estava organizando a mercadoria para abrir a loja, pensei ouvir uma voz que me dizia para que eu pusesse de lado uma dúzia de minhas melhores rosas para um presente especial. Na hora não entendi, pensei até estar ouvindo coisas, porém assim o fiz.
Então, só há alguns minutos atrás, um pequeno menino entrou na loja e quis comprar uma flor para a mãe dele com uma moeda de dez centavos.
Quando olhei para ele, me vi há muitos anos atrás. Eu também era um menino pobre sem nada poder comprar para minha mãe no natal. Um homem barbudo que nunca tinha visto me parou na rua e me falou que queria me dar dez dólares."

Abraçou a esposa e foram caminhando para casa já que tinha terminado a jornada de trabalho. Apesar do intenso frio, eles não podiam sentir, pois enorme emoção aquecia-lhes o coração.

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